sexta-feira, 8 de maio de 2015

MANIFESTAÇÕES DA MISERICÓRDIA DE DEUS – VOCABULÁRIO

A MISERICÓRDIA NA BÍBLIA 

extraído do site: http://www.difusorabiblica.com/siteantigo/58.htm

O termo “misericórdia”, num mundo de reivindicações e de “justiça”, ficou relegado para o campo religioso e teológico. Não é apenas o Novo Testamento que fala da misericórdia de Deus. Apesar da violência que nos aparece na linguagem humana da Bíblia, temos que afirmar que já o Antigo Testamento manifesta uma dinâmica de misericórdia. Assim, o principal vocabulário desta temática teológica foi “inventado” pelo Antigo Testamento, tendo o Novo Testamento traduzido para grego o vocabulário hebraico do Antigo Testamento, dando-lhe um conteúdo mais espiritual.

1. MANIFESTAÇÕES DA MISERICÓRDIA DE DEUS – VOCABULÁRIO

Porque é palavra de Deus, a Bíblia é o livro da Misericórdia; a sua Palavra é já um ato de misericórdia para com a humanidade. Por isso, também poderemos dizer que a misericórdia é a característica fundamental do agir de Deus.

a) Rahamîm exprime um sentimento íntimo, amoroso, que liga duas pessoas pelos laços do sangue, sobretudo a mãe e o pai, em relação ao próprio filho (Sl 103,13), ou de um irmão a outro irmão (Gn 43,30). Exprime o amor materno (Is 49,15) e paterno de Deus.

b) O Novo Testamento traduziu o hebraico rahamîm por splanchnizomai/splanchnon (1). Daí nascem atitudes de ternura que se traduzem em atos de compaixão e de perdão.

c) Hésed exprime a assistência à pessoa com quem se fez uma aliança (1 Sm 20,8.14-15); e também os sentimentos do marido para a esposa e vice-versa; dos pais para os filhos e vice-versa, como expressão de uma bondade consciente, intencional, resposta a um dever interior, como fidelidade a si próprio.

d) O termo Eleeo, e os nomes que se relacionam com ele, aparecem 78 vezes no Novo Testamento para traduzir a Hésed, que aparece no Antigo Testamento 370 vezes. Maria fala deste éleos no seu Magnificat (Lc 1,50.54). Isso significa que a misericórdia dos homens tem como único modelo a misericórdia de Deus.

e) A misericórdia é sentimento que leva a mostrar a Hen, a graça/simpatia, a clemência (Ex 33,19; 34,6-7), e a sentir compaixão, a comover-se pelo filho pequeno ou doente (Is 13,18), a ter gestos de beneficência (Mt 6,2-4).

f) O Novo Testamento traduz hésed e hen por Charis/graça (156 vezes). Paulo irá desenvolver uma teologia da graça (umas 100 vezes), sobretudo em Romanos. Nos Evangelhos aparece apenas em Lucas e com o sentido de “favor de Deus”; assim, o “achar graça” de Maria diante de Deus é um puro hebraísmo (Lc 1,30).

2. A MISERICÓRDIA DE DEUS DEFINE O SEU MODO DE ATUAR NO MUNDO (Ex 34,6-7)

É um agir que não depende do sentimento instintivo, passional e impetuoso, e é sem limites no tempo e no espaço (Ex 20,6; Dt 5,10), pois é eterna a sua misericórdia (Sl 100,5). É em Oseias que a misericórdia atinge a máxima expressão, onde a hésed se torna o termo preferido do profeta.

3. JESUS VEIO REVELAR A MISERICÓRDIA DO PAI

A dinâmica que une o Antigo Testamento ao Novo Testamento exige, naturalmente, que a misericórdia de Deus revelada no Antigo Testamento seja aperfeiçoada no Novo Testamento. Assim, poderíamos afirmar que Jesus é a incarnação da misericórdia, manifestada pelo Deus do Antigo Testamento.

3.1. O ensinamento fundamental de Jesus é sobre a misericórdia. As parábolas do Bom Pastor, que procura a ovelha perdida, da mulher que procura a dracma perdida e o Pai que procura o filho mais novo (Lc 15,4-32), etc.

(...)
4. A MISERICÓRDIA, DOM DE DEUS

A misericórdia é, antes de mais, um dom de Deus a cada homem. Essa é a grande novidade, sobretudo do Novo Testamento. Por isso, a pessoa de Jesus é o maior dom de Deus à humanidade pecadora, porque Ele é a encarnação da misericórdia de Deus.

5. MISERICÓRDIA DE DEUS E COMPROMISSO HUMANO: A CIVILIZAÇÃO DO AMOR
Jesus anunciou e exerceu a misericórdia divina. Inculcou também a sua importância em termos imperativos. Uma verdade importante da doutrina cristã consiste na resposta à misericórdia de Deus, pois esta exige, da parte do homem, uma resposta positiva em termos misericordiosos, em relação aos outros homens. Segundo a perspectiva escatológica, o homem só obterá misericórdia, se fizer misericórdia (Mt 25,30-37).
5.1. Sede misericordiosos como o vosso Pai é misericordioso (Lc 6,36). A misericórdia de Deus mostra o modo do agir humano à imitação de Deus, atitude resumida na 5ª bem-aventurança. Este mandamento, colocado ao fim da primeira parte do Sermão da Planície, em Lucas, coloca o problema da imitação de Deus.
5.2. Felizes os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia (Mt 5,7). Esta 5ª Bem-aventurança significa, em primeiro lugar, que não se pode auferir da misericórdia de Deus, se não se estiver, como Ele, do lado dos pobres e deserdados da sorte. Portanto, Deus não tem culpa, se nós não alcançamos a sua misericórdia.

sábado, 11 de abril de 2015

Obras de Misericórdia

Faz muito tempo que não posto nada nesse blog, confesso, ando um pouco afastada da religião. Mas estar afastada da religião não quer dizer que esteja afastada da espiritualidade. Muito pelo contrário, tenho estudado e refletido bastante sobre isso, todos os dias da minha vida.
Entretanto, hoje recebi um recado de um leitor, perguntando porque eu não escrevia mais aqui no blog e isso me levou a reconsiderar. Reli as postagens anteriores e seus comentários e percebi o quanto nossas palavras tem poder. 
O que eu escrevo aqui, na intimidade dos meus sentimentos, chega ao mundo inteiro e produz reações em quem lê. Assim como esse comentário produziu em mim a vontade de escrever essa mensagem, sei que o que eu escrever provocará outras ações e pensamentos. Espero que sejam bons pensamentos e boas ações.
E não poderia haver um dia melhor para eu escrever novamente aqui do que na véspera do domingo da Divina Misericórdia. Hoje quero compartilhar com vocês uma forma prática de demonstrarmos nossa devoção à Divina Misericórdia.
Deus, sendo misericordioso conosco, nos dá o exemplo para que também sejamos misericordiosos com nossos irmãos. Para orientar a prática da misericórdia, a Igreja Católica instituiu 14 obras de misericórdia, 7 corporais e 7 espirituais. São elas:

Obras de misericórdia corporais:

1ª Dar de comer a quem tem fome;
2ª Dar de beber a quem tem sede;
3ª Vestir os nus;
4ª Dar pousada aos peregrinos;
5ª Assistir aos enfermos;
6ª Visitar os presos;
7ª Enterrar os mortos.

Obras de misericórdia espirituais:

1ª Dar bom conselho;
2ª Ensinar os ignorantes;
3ª Corrigir os que erram;
4ª Consolar os aflitos;
5ª Perdoar as injúrias;
6ª Sofrer com paciência as fraquezas do nosso próximo;
7ª Rogar a Deus por vivos e defuntos.

(Catecismo de S. Pio X. Capítulo IV. "Das obras de misericórdia")

Independente da sua religião, praticar obras de misericórdia é uma forma de demonstrar compaixão por seus semelhantes. Por isso, quer seja dando um bom conselho, quer seja cuidando de um doente, exercite a caridade sempre. Lembre-se, quando fazemos um bem ao próximo, o primeiro beneficiado somos nós mesmos.

Abraços,

Francine.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Oceano de Misericórdia

Para iniciarmos a quaresma refletindo com uma bela canção:

Oceano de Misericórdia (Anjos de Resgate)
Todo pecador vive um drama
Nem sempre erra por que quer o pecado inflama
Pais e filhos não se traem simplismente por querer
O pecado cega a vítima e faz perecer
Não pense que o teu erro por maior que pareça
Diminuirá o amor de Deus por ti a ponto que te esqueça
Deus não pode amar-te mais do que está amando agora
O amor de Deus é graça e quem o experimenta adora
O pecado nos faz cegos demais
Nos afasta da graça e da paz
E é por isso que Deus quis se tornar
Um oceano de misericórdia (um insustentável amor)
Vem mergulhar no oceano de Deus
Vem experimentar Sua graça e perdão
Vem Deus não querer saber por onde andou
Deus só quer te ver voltando pra descansar em Suas mãos
(Deus te quer morando em seu coração)



quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Deus é Misericordioso

Na Bíblia encontramos diversos adjetivos para Deus: bom, justo, fiel, amoroso...
Entre esses adjetivos, um é bastante representativo e pode ser encontrado diversas vezes tanto no Antigo quanto no Novo Testamento.

DEUS É MISERICORIOSO!

No Antigo Testamento, declara-se que Deus é “misericordioso e piedoso, tardio em irar-se e grande em beneficência e verdade” (Êxodo 34:6; Números 14:18; Deuteronômio 4:31; Neemias 9:17; Salmos 86:5; Salmos 86:15; Salmos 108:4; Salmos 145:8; Joel 2:13)

JOEL 2,13 diz: "Rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes, e convertei-vos ao Senhor, vosso Deus, porque ele é misericordioso, e compassivo, e tardio em irar-se, e grande em benegnidade, e se arrepende do mal"

JONAS 2,8 diz: "Os que se entregam a idolatria vã abandonam aquele que lhes é misericordioso" e prossegue em 4,2 com as mesmas palavras de Joel: "...pois sabia que és Deus clemente, e misericordioso, e tardio em irar-se, e grande em benegnidade, e que te arrependes do mal."

DANIEL 9,4: "Orei ao Senhor, meu Deus, confessei e disse: ah! Senhor! Deus grande e temível, que guardas a aliança e a misericórdia para com os que te amam e guardam os teus mandamentos" e continua em 9, 9: "Ao Senhor, nosso Deus pertence a misericórdia e o perdão, pois nos temos rebelado contra ele."

SALMO 4,1: "Responde-me quando clamo, ó Deus da minha justiça; na angústia me tens aliviado; tem misericórdia de mim e ouve a minha oração."

O SALMO 6 é entitulado como: Davi recorre à misericórdia de Deus. 

No SALMO 21, 7 o salmista diz: "O Rei confia no Senhor e pela misericórdia do Altíssimo jamais vacilará."

SALMO 25, 7 "... lembra-te de mim, segundo tua misericórdia, por causa da tua bondade, ó Senhor"

SALMO 31, 21 "Bendito seja o Senhor, que engrandeceu a sua misericórdia para comigo, numa cidade sitiada!" 

LUCAS 6,36 "Sede misericordiosos como o vosso Pai é misericordioso."

E assim, muitos e muitos trechos da Bíblia retratam a natureza misericordiosa de Deus.

Por isso meus amigos, não tenham medo de se entregar nos braços de Deus. Todos somos pecadores, todos temos defeitos fraquezas mas Deus é misericordioso e está sempre pronto a nos perdoar, a esquecer tudo e a nos aceitar outra vez em sua casa.

sábado, 23 de julho de 2011

Relato pessoal: depois da tempestade vem a bonança


Quem me conhece sabe que tive tempos muito turbulentos na minha vida desde o ano de 2009, quando tive um AVC aos 25 anos de idade. Perdi grandes oportunidades de trabalho, de estudo e de muitas outras coisas por causa disso. No entanto, ter tido minha saúde (até então perfeita) afetada dessa forma tão grave, mudou minha forma de ver a vida.

Graças à Deus não fiquei com nenhuma sequela (segundo os médicos eu poderia ter problemas na fala e na memória, mas não tive nada!)

Fiquei um tempo com receio de fazer qualquer coisa, tinha medo até de ficar sozinha, mas com o passar dos dias fui ficando mais confiante. Em 2010 voltei a trabalhar, fiquei mais próxima da minha família e daqueles que amo, me casei inclusive! escalei uma montanha e fiz uma viagem maravilhosa para o nordeste.

Coloquei para mim mesma o propósito de viver a vida bem, um CARPE DIEM saudável.

Hoje tenho um marido lindo, nosso apartamento, um esquilo chamado Johny, um peixe chamado Teobaldo, recebo visita dos meus amigos, trabalho, vou visitar meus amigos, passo mais tempo com minha família, entrei na faculdade de novo (sou formada em ed.física e agora estou fazendo letras, que sempre tive vontade de fazer), e voltei a investir num outro sonho: ser escritora. Meu primeiro romance está prontinho e deve ser lançado no mês que vem. Também soube ontem que fui chamada num concurso público que havia passado, não é maravilhoso?

Por tudo isso, acredito cada vez mais na misericórdia de Deus, que não me deixou sofrer mais do que eu podia suportar e me ajudou a tirar lições maravilhosas desse contratempo. Hoje sou uma pessoa muito mais feliz e em paz comigo mesma, com certeza!

A todos que lerem essa mensagem, deixo a certeza da esperança e de que depois da tempestade sempre vem a bonança.

Um salmo muito bonito diz: "O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã". (Sl 30, 5)

Fiquem na paz de Deus!

Beijosssss


sábado, 2 de julho de 2011

João Paulo II e a Misericórdia Divina

O Santo Padre João Paulo II na sua Encíclica sobre a Misericórdia Divina (de 30 de novembro de 1980), acentua bem a necessidade da confiança e da oração à Misericórdia de Deus. Ele sabe que o mundo nos nossos tempos, mais do que nunca, se afastou de Deus e de seus preceitos, e precipita-se no abismo do desespero. Por isso recorda aos fiéis: "Em nenhum momento e em nenhum período da história, especialmente numa época tão crítica como a nossa, pode a Igreja esquecer a oração que é um grito de apelo à Misericórdia de Deus, perante as múltiplas formas do mal que pesam sobre a humanidade e a ameaçam... O próprio mistério de Cristo que, revelando-nos a grande vocação do homem... obriga-me igualmente a proclamar Misericórdia, como amor misericordioso de Deus, revelado também no mistério de Cristo. Ele me impele ainda a apelar para esta Misricórdia e implorá-la, nesta fase difícil da história, da Igreja e do mundo, ao aproximar-ns do final do segundo milênio" (Encíclica Dives in Misericordia, nº 15).  

Trecho Extraído do livreto da Novena à Divina Misericórdia.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

A FESTA DA DIVINA MISERICÓRDIA

A Festa da Divina Misericórdia ocorre no primeiro domingo depois da Páscoa e foi estabelecida oficialmente como festa universal pelo Papa João Paulo II.

"Por todo o mundo, o segundo Domingo da Páscoa irá receber o nome de Domingo da Divina Misericórdia, um convite perene para os cristãos do mundo enfrentarem, com confiança na divina benevolência, as dificuldades e desafios que a humanidade irá experimentar nos anos que virão" (Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, Decreto de 23 de Maio de 2000).

A festa tem origem a partir de Santa Maria Faustina Kowalska, que na década de 30 obteve de Jesus, revelações acerca da instituição dessa festa no seio da Igreja, bem como profecias e manifestações que o próprio Cristo mandou que as escrevesse e retransmitisse à humanidade. Foi Jesus quem pediu a instituição da festa da Divina Misericórdia a Santa Faustina. Jesus se refere a ela 14 vezes, expressando o imenso desejo do Seu Coração Misericordioso de distribuir, neste dia, as Suas graças.

"Nenhuma alma terá justificação, enquanto não se dirigir, com confiança, à Minha misericórdia. E é por isso que o primeiro domingo depois da Páscoa deve ser a Festa da Misericórdia” (Diário, 570).

"Neste dia, estão abertas as entranhas da Minha misericórdia. Derramo todo um mar de graças sobre as almas que se aproximam da fonte da Minha misericórdia; a alma que se confessar e comungar alcançará o perdão total das culpas e castigos; nesse dia estão abertas todas as comportas Divinas, pelas quais fluem as graças;

"Que nenhuma alma tenha medo de se aproximar de mim, ainda que seus pecados sejam como escarlate. A minha misericórdia é tão grande que por toda a eternidade não a aprofundará nenhuma mente, nem humana, nem angélica. Tudo que existe saiu das entranhas da minha misericórdia" (Diário, 699).

"Dize à humanidade que sofre que se aproxime do meu coração misericordioso, e eu a cumularei de paz (Diário 1074)


Se você mora em Curitiba, não deixe de prestigiar a Festa que estará acontecendo no Santuário da Divina Misericóridia http://www.misericordia.org.br/ desde sábado (30/04/11) com show as 21:00 hrs do Ministério Adoração e Vida (MAV) do cantor e compositor católico Walmir Alencar e com procissão e almoço no domingo (01/05/11). 

Para maiores informações:
Santuário da Divina Misericórdia
R. Estrada do Ganchinho, 570, Umbará, Curitiba, PR
Fone: (41) 3348-2784